Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
(Deuteronômio 6: 6-7)
Pense em seu tempo de criança. Sua família fazia o culto familiar todos os dias? Talvez vocês cantavam músicas juntos, liam histórias missionárias, memorizavam versos da Bíblia ou faziam seus pedidos de oração em família. Se você participava do culto familiar diariamente, como isso afetou sua vida espiritual? Se não havia culto familiar em sua casa ou você não participava deles, quais poderiam ter sido os efeitos sobre você?
Ellen White declara em A Ciência do Bom Viver:
Em certo sentido, o pai é o sacerdote da família, depondo sobre seu altar o sacrifício matutino e vespertino. Mas a mulher e os filhos devem unir-se à oração e aos cânticos de louvor. Pela manhã, antes que saia de casa para o trabalho do dia, reúna ele os filhos em redor de si, e, curvando-se perante Deus, entregue-os ao Seu paternal cuidado. Passados os cuidados do dia, reúna-se a família para fazer uma prece de gratidão, e erguer hinos de louvor, em reconhecimento do divino cuidado no decorrer do mesmo… não deixeis de reunir vossa família em torno do altar de Deus. (A Ciência do Bom Viver, 392-393)
Educar os nossos filhos para conhecer a Jesus é verdadeiramente o trabalho mais importante dos pais. Repetidas vezes a Bíblia nos lembra disso. Uma ótima maneira de fazer isso é através do culto familiar diário ou devoção pessoal. Mas como a igreja adventista está fazendo isso?
Ellen White enfatizou a importância da “atmosfera do círculo do lar” (O Lar Adventista 16) e do culto familiar. Hoje, no entanto, parece que os adventistas estão cada vez mais ignorando o papel central do culto familiar. Isso suscita a pergunta: Será que o círculo familiar não corre o risco de ser quebrado em muitas famílias adventistas?
Recentemente (2013), um estudo global foi conduzido em nove divisões da Igreja Adventista do Sétimo dia. Esta pesquisa foi realizada sob a direção do Departamento de Arquivos, Estatística e Pesquisa da Associação Geral. O estudo teve o objetivo de avaliar as experiências e atitudes dos membros em relação a diferentes aspectos da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Um dos aspectos pesquisados foi a frequência do culto familiar nos lares dos membros. Em geral:
Apenas um pouco mais de um de cada três membros da igreja (36%) declarou fazer o culto familiar diariamente. Mas quase dois em cada 10 entrevistados (17%) relataram que nunca fizeram o culto familiar.
Ao comparar-se as práticas de culto familiar por regiões, a Divisão Africana Centro-Ocidental (DAO) revelou-se como a mais forte em em participar do culto familiar com 51,1% de entrevistados que realizam o culto familiar pelo menos uma vez por dia. A Divisão Africana Centro- Oriental (DACO) chegou em segundo lugar com 43,6% dos entrevistados fazem o culto diariamente com suas famílias, seguida pela Divisão Sul Asiática do Pacífico (DSAP) com 36,0% dos entrevistados fazendo o mesmo.
As divisões mundiais com o envolvimento menos frequente no culto familiar foram a Divisão Norte-Americana (DNA) e a Divisão Interamericana (DIA). Quase um terço (29%) dos entrevistados da DNA indicaram que nunca participaram do culto familiar, com 17% adicionais respondendo que o fizeram menos de uma vez por mês. A DNA foi seguida pela DIA, onde 21% responderam que nunca fizeram o culto familiar e 12% relataram que o faziam menos de uma vez por mês.
Como podemos ver, enquanto uma parte de cada divisão relata participar do culto familiar, há uma parcela que raramente ou nunca faz isso. É isso devido à negligência? Ou talvez outro motivo? Em seu artigo intitulado “Necessity of Family Bible Time” (Necessidade de a família ter tempo para a Bíblia), Robert Velarde da Focus on the Family (Foco na Família) escreve (https://www.focusonthefamily.com/faith/the-study-of-god/why-study-the-bible/necessity-of-family-bible-time):
Não se trata tanto de que nos lares cristãos os pais não desejem ajudar seus filhos a conhecer Deus e Suas verdades, mas sim de uma questão de encontrar tempo somado ao desconhecimento de como estudar a Bíblia em família. O problema do tempo é um sintoma do ritmo acelerado de nossa cultura e estilo. Estamos tão acostumados com o ritmo agitado de nossa vida diária que se torna difícil encaixar “mais uma coisa” em nossos horários. Infelizmente, quando se trata de estudar a Bíblia com a família, não deve ser visto como mais uma coisa, mas como o foco central da nossa devoção a Deus. É uma responsabilidade que Deus requer dos pais como também uma oportunidade maravilhosa para ajudar a construir e fortalecer laços entre os membros da família.
Através da Bíblia, somos encorajados a criar nossos filhos para conhecer o Senhor. Deuteronômio 6:7 nos diz para “imprimir” os mandamentos do Senhor sobre os nossos filhos. Devemos falar sobre eles “Assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” Não seria isso muito tempo gasto com ensino? Não há tal coisa como “muito tempo” ou “muito esforço” quando você considera o que está em jogo — a vida eterna com Jesus no céu.
Você pode encontrar relatórios sobre a Pesquisa com Membros da Igreja (2013) de nove divisões em https://www.adventistresearch.info/research-reports/research-projects-commissioned-by-general-conference-officers/presentations-by-date/